Para 74% dos brasileiros, STF incentiva a corrupção ao anular penas da Lava Jato
A maioria dos brasileiros (74%) avalia que o Supremo Tribunal Federal (STF) “incentiva a corrupção” ao anular punições da operação Lava Jato a empreiteiras. Isso é que mostra uma pesquisa do Instituto Quaest para a Genial Investimentos. Outros 14% acham que não e 12% não responderam ou não souberam opinar.
O levantamento questionou os entrevistados sobre percepções relacionadas à força-tarefa da Polícia Federal (PF) que investigou o esquema de corrupção na Petrobras. No dia 17 de março, se completará dez anos da deflagração da primeira fase da Lava Jato.
No cenário atual, decisões recentes de ministros do Supremo suspenderam multas de acordo de leniência, anularam condenações e arquivaram inquéritos. Nos últimos meses, por exemplo, o ministro Dias Toffoli suspendeu o pagamento das multas dos acordos de leniência da antiga Odebrecht (atual Novonor) e da J&F com o Ministério Público Federal (MPF).
A avaliação negativa do tribunal é predominante (85%) entre os que declaram ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022. Entre os que afirmaram que votaram nulo o percentual é de 70%, e entre os que disseram que votaram no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o índice é de 68%.
Foi uma decisão do Supremo em abril de 2021, inclusive, que permitiu que Lula disputasse as últimas eleições presidenciais. Na época, o plenário decidiu por 8 votos a 3 derrubar as condenações impostas pela operação Lava Jato ao petista, o que deixando elegível. A relatoria foi do ministro Edson Fachin.
Ainda segundo a pesquisa, a percepção negativa sobre decisões do tribunal é maior até mesmo que o percentual de pessoas entrevistadas que concordam que a Lava Jato ajudou a combater a corrupção no país (49%).
Entre os entrevistados, 15% disseram que acompanhavam de perto as notícias sobre a Lava Jato, 29% acompanhavam um pouco, 28% ouviam falar, mas não acompanhavam, e 28% afirmaram nunca acompanharam nada.
A pesquisa ouviu 2.000 pessoas, entre 25 e 27 de fevereiro deste ano, de forma presencial. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais e o nível de confiança é de 95%.