A desaprovação de Lula cresceu no país de acordo com a pesquisa Quaest divulgada na manhã desta quarta (6), principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país. Os números desta nova rodada apontam uma disparada na rejeição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente entre os evangélicos, pelo aumento de preços de combustíveis, contas e alimentos, e após a polêmica fala em que comparou a reação de Israel contra o Hamas ao Holocausto nazista.

Segundo a Quaest, a desaprovação a Lula cresceu 5 pontos percentuais desde a última pesquisa de dezembro de 2023, passando de 29% para 34% no levantamento geral. A aprovação caiu de 36% para 35%.

A Quaest ouviu presencialmente duas mil pessoas entre os dias 25 e 27 de fevereiro, e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Já no Nordeste, reduto eleitoral de Lula, a aprovação do governo petista também vem caindo, de 70% para 68% na comparação com dezembro, enquanto que a desaprovação subiu de 28% para 31%.

A desaprovação especificamente ao trabalho de Lula também cresceu no país segundo a pesquisa, passando de 43% em dezembro para 46%. As regiões Sul e Sudeste têm as piores avaliações, com 51% e 52% de desaprovação.

A aprovação caiu de 54% para 51%, com uma redução no Nordeste (70% para 68%) e no Centro-oeste e Norte (51% para 50%).

Desaprovação disparou entre evangélicos

O maior aumento na desaprovação de Lula ocorreu principalmente entre os evangélicos, grupo religioso que corresponde a cerca de um terço da população, com um salto de 36% para 48%.

A fala sobre Israel que levou a uma crise diplomática entre os dois países foi considerada exagerada para 60% dos entrevistados, enquanto que 28% não viram exagero.

A Quaest também perguntou como os eleitores de Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam o trabalho do petista, e revelou que a aprovação vem caindo e a desaprovação subindo.

Entre os que votaram em Lula no segundo turno de 2022, a aprovação caiu de 90% para 85%. Entre os que votaram em Bolsonaro, a desaprovação subiu de 83% para 88%.

ECONOMIA ANDA MAL

A piora na aprovação ao governo Lula aconteceu também pela percepção de piora da economia brasileira para 38% dos entrevistados, contra 31% apurados em dezembro de 2023. A sensação de melhora nos últimos 12 meses despencou de 34% para 26%.

Segundo a Quaest, 73% dos brasileiros sentiram um aumento nos preços dos alimentos, 63% das contas em geral e 51% dos combustíveis.

Para os próximos 12 meses, a expectativa é de piora da economia brasileira para 31% dos entrevistados, enquanto que a melhora é citada por 46% (eram 55% em dezembro de 2023).

De Gazeta do Povo