Diretor da PF admite que Sérgio Tavares foi detido por crime de opinião
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, recusou-se a comparecer à audiência da Comissão de Segurança Pública do Senado sobre a detenção do jornalista português Sérgio Tavares, ocorrida no Aeroporto de Guarulhos no dia 25 de fevereiro. Em seu lugar, o diretor-geral da PF enviou o diretor de Polícia Administrativa, Rodrigo de Melo Teixeira. Ele deixou bem claro os motivos que levaram a PF a deter Sérgio Tavares antes da manifestação em defesa do ex-presidente Bolsonaro: o jornalista tem opiniões consideradas inaceitáveis pelo atual regime.
Em sua fala, Teixeira afirmou que “não houve investigação política” sobre o jornalista português, mas apenas um monitoramento de manifestações na internet “que beiram o aspecto criminal e que flertam com a criminalidade”. Em português claro: para a polícia do regime PT-STF, Sérgio Tavares teria cometido crime de opinião – algo que não existe no ordenamento jurídico brasileiro.
Rodrigo de Melo Teixeira disse:
“No caso específico, não há nenhuma ferramenta de investigação política de ninguém. Apenas acompanhamos fontes abertas da internet: Youtube, Instagram, qualquer fonte aberta. Deixando bem claro, a manifestação política e ideológica é o direito dele. Dele e de qualquer outro cidadão na democracia que, graças a Deus, nós vivemos aqui no Brasil. Mas tem manifestações que eu diria que beiram um aspecto criminoso ou que beiram alguma questão ali que flerta com a criminalidade. Como, por exemplo, ataques à honra de ministros da Suprema Corte, que ele faz na rede social dele. (…) Outra questão: quando ele critica a urna eletrônica e diz que ela é fraudada, tangencia em uma situação que a gente sabe, pelo menos com provas e até o momento, que não tem nenhuma legalidade nesse procedimento. Além disso, ele apoia o movimento golpista que houve no dia 8 de janeiro. Ele faz manifestação favorável à invasão de prédios públicos, inclusive aqui, do Senado, do Supremo, da Câmara dos Deputados”.
Restou claro, portanto, que o jornalista português foi acusado de crimes de pensamento e opinião.
Em seu perfil no Instagram, a economista Marina Helena criticou fortemente o fala do delegado da PF: