Nikolas lista como prioridades confrontar plano do governo para educação e incluir gestão financeira na grade escolar

Novo presidente da Comissão de Educação da Câmara, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) listou as três prioridades deste ano, período em que ficará no comando, uma delas é a inclusão da gestão financeira na grade escolar. O principal objetivo é submeter o Plano Nacional de Educação (PNE) ao colegiado, como forma de mostrar resistência ao documento concebido pelo Executivo para traçar estratégias para a melhoria da educação. O texto versa, por exemplo, sobre questões de gênero e a desmilitarização das escolas. Nikolas diz já ter pedido ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que o PNE não seja encaminhado diretamente ao plenário da Câmara, sem que antes seja debatido no colegiado.

Outras duas frentes listadas pelo deputado são a análise, “com urgência”, de uma iniciativa que estabeleça um Exame Nacional da Alfabetização, que “poderia atestar os índices de analfabetismo no Brasil’. Nikolas também quer implementar a educação financeira no currículo escolar básico. Entre essas duas pautas há uma semelhança: em ambas, o presidente da Comissão assumiria o protagonismo dos projetos de lei. O primeiro, de acordo com ele, seria feito através de uma proposta de sua autoria.

— O que vemos são índices de pesquisas que não chegam às casas das famílias menos favorecidas. Muitas vezes, os pais sequer têm condições de avaliar se os seus filhos passaram pelo primeiro ano sem que tenham sido alfabetizados. Caso fizéssemos um grande exame nacional para as crianças que passaram pela alfabetização, informaríamos os responsáveis sobre este quadro individual do aluno. Isto geraria uma demanda em cada residência por frequência escolar e acompanhamento dos estudos. Penso em apresentar este projeto — afirmou Nikolas ao GLOBO.

Já no que diz respeito à inclusão da educação financeira no currículo nacional básico, o deputado diz querer ampliar um projeto aprovado em 2021, na Câmara de Belo Horizonte, que assinou como coautor e incluiu disciplina no currículo das escolas municipais. Ele afirma que o projeto pode ser ampliado e “serviria de inspiração para uma política nacional.

PNE como prioridade

Ainda que o PNE não seja levado à Comissão de Educação, o tema deve monopolizar algumas das sessões presididas por Nikolas. Isso porque o assunto deve monopolizar as sabatinas ao ministro da Educação, Camilo Santana. O chefe da pasta da Educação já teve um convite para comparecer ao colegiado aprovado na sessão que marcou a estreia de Nikolas no posto.

O PNE já suscitou críticas no ano passado da bancada da bala, pela proposta de desmilitarização das escolas. Em outra frente, Nikolas diz que o plano “precisa ser revisado”:

— O texto fala 42 vezes em pessoas LGBT, enquanto a palavra ‘matemática’ é citada apenas quatro vezes. Precisamos definir o que é prioridade real em um plano nacional de educação. E não me refiro à identidade de gênero, não, sobre a qual todos sabem que sou contrário. Me refiro às políticas de ensino, metas e prioridades. Algumas das principais bancadas da Câmara, como a evangélica, se opõem ao texto. Já pedi ao presidente Lira para que o PNE passe pela Comissão, é necessário construir um consenso com debates antes de ser votado.

De O Globo

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